quinta-feira, 16 de agosto de 2012

• ESPERANÇA


A um irmão

Que expressão traz esse rosto,
Escondido por trás dessas mãos tão fatigadas?
Que peso reflete nesses olhos,
Que não vejo... Reflexão nítida do teu gesto!
Miséria dilacerante que se confunde com o vazio permanente do passante!
O pão, o lar, por que não pode ser de todos?
Se tua cama, o banco que agora te abriga, divides com teus irmãos?
Em ti, tudo caminha para inércia melancólica de todos os dias...
Somente a esperança de teus pés despidos, salta rumo ao sol.
Única promessa vinda do alto.
                 28.09.05

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